domingo, 6 de fevereiro de 2011

Palavras

- Homens que usam boné ou chapéu, de acordo com Freud, tem problemas sexuais.- decidi falar já meio bêbada. Saco cheio. A noite até ali tinha sido uma grande merda.

Era mais um final de noite, mais um. Nada de interessante se apresentava que pudesse melhorá-la. Comecei a pensar em como chegar em casa ensaiando passos silencioso para não acordar nem mãe nem cachorro bravo e dormir. E acordar. Pensei na ressaca vã. Nada demais.

Ele de alguma forma passou a ser foco quando riu do meu comentário imbecil. Bar quase vazio, nós na última mesa. Amiga mais bêbada que eu:

- Você leva ela para casa?- pergunta a traidora dos meus desejos de sossego.

- Será um prazer.- Responde o rapaz.

Policial. Não confere. Novinho demais. Não confere. Estou bêbada demais. Não confere.

Chegamos no portão da minha casa. O cachorro milagrosamente não latiu. Nos beijamos.

Confere.

Quando ele enfiou o dedo na minha buceta eu já estava tão molhada que o seu dedo entrou dentro de mim com facilidade. Nada a perder- pensei. Meninos são fáceis de lidar e já faz algum tempo...


- Você é puta? Você é?- sussurou no meu ouvido enfiando outros dedos e me enchendo de desejos e ensopando calcinha, que já, a essa altura, estava quase no chão.

- Você quer que eu seja?- respondo.

A buzina deve ter acordado alguém quando minha perna levantou demais e eu me coloquei em seu pau ou talvez tenha sido meu cotovelo ou eu que inteira bati onde não devia. Eu não contei, mas gozei já ali.

Esse menino talvez, apenas talvez, pensei, valesse mais que uma trepada no carro.

- Eu quero que você fale.- ele pede.

- O que você quer que eu fale?- falo gozando novamente.

Filho da puta dos infernos, ele é um homem que fala demais- penso.

- Tudo - Você cospe em meu ouvido.

- Enfia em mim. Mete em mim.- Grito.

Ele enfia o pau na minha boceta. Fundo. Mais. Muito. E de novo. Buzinas novamente.

- Você é puta?- pergunta novamente.

- Sou, eu sou puta. É isso que você quer? É isso que você quer, porra?

Abro mais as pernas mais e ele delicada e sensualmente enfia o dedo na minha bunda.

- Eu quero comer sua bunda.- afirma.

- Hoje não- respondo.

Arrependo logo depois.

- Eu vou gozar. Eu vou gozar, seu puto. Quer me sentir gozando?- grito (?)

- Goza, goza, goza, goza- ele repete. Eu obedeço.


- Agora eu vou gozar na sua boca.- ele determina. Novamente obediente. Eu.

Calo a boca.

Enfim.



Pego minhas chaves. Sem troca de telefones, sem promessas.

Comecei a pensar em como entrar em casa ensaiando passos silencioso para não acordar nem mãe nem cachorro bravo e dormir. E acordar. Pensei na ressaca vã.

Nada demais?


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Sussurra no nosso ouvido, vai...