
Ontem eu acordei no meio de um pesadelo. Madrugada alta, calor nos quase quarenta. Eu nua e sedenta. Sento em frente à geladeira e depois de passar gelo entre os lábios e os seios, encho uma taça com o resto de vinho que me espia e me enche das lembranças de ontem.
Brasa entre as pernas.
Bebo e sigo em direção a janela e aos gritos e gemidos e pedidos e sussurros no apartamento ao lado.
Escuto um pouco e me decido.
Apenas alguns metros no corredor escuro, a taça entre os dedos, um leve tremor de expectativa nas mãos.
Toco a campainha. Vocês abrem sorrisos e portas.
Eu abro as pernas.
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Sussurra no nosso ouvido, vai...