quarta-feira, 21 de julho de 2010

Tapete

Foto e texto de Perséfone

Chegou silenciosamente, da mesma forma que guiava seus dias e suas noites. Tirou o casaco pesado. Abriu a geladeira e ao olhar, involuntariamente, a pia ao lado, notou com um franzir de testa, que havia louça suja.
Só então lembrou que a menina estivera lá. Na sua casa. A amiga de sua filha, vinda não sei de onde e indo não se sabe para onde. E a noite anterior voltou-lhe á memória fazendo seu pau latejar e suas mãos tremerem. Como pudera esquecer?
Havia chegado silenciosamente, da mesma forma que guiava seus dias e suas noites. Tirara o casaco pesado. Abrira a geladeira e ao olhar, involuntariamente, a pia ao lado, notou com um franzir de testa, que havia louça suja.
Se encaminhava para o quarto, tateando no quase escuro da sala, contando livros com os dedos, quando a escutou gemer. A menina era uma sombra no tapete, quase como uma gata enroscada em sí mesma. Mas gemia baixinho e constantemente, diferente das gatas que pareciam querer mostrar ao mundo inteiro seus desejos e dores.
Quando a luminária foi acesa, o homem pode notar que enquanto uma das mãos da menina segurava o interruptor, a outra encontrava-se explorando por cima do tecido florido de sua saia, como que reconhecendo seus próprios territórios.
Ela o fitou por um momento, e ele pode então finalmente notar seu olhar escuro, sua pele clara, seus cabelos longos amarrados num rabo-de-cavalo desleixado, as sardas nas pernas longas de adolescente.
Demoraram poucos segundos num olhar em que todas as verdades foram ditas e aceitas. Então a menina levantou as flores de sua saia e numa voz doce, porém enérgica, definiu o resto da noite para ambos.
- Você vai me olhar, sem se tocar, sem me tocar, até que eu peça para você me foder com muita força, ok? Depois de algum tempo, eu ficarei de quatro, mas continuarei me tocando e então, quando eu estiver quase gozando, usarei exatamente essa frase. Me fode com força. E você vai me obedecer.
Abriu as pernas.

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