quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sobre certas mortes

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O filme é Drácula de Bram Stoker (1992)- Direção de Francis Ford Coppola

Gary Oldan como Drácula/ Conde Vlad e Winona Ryder como Mina

Porque aceitar morte e gozo é tão igual. Tão.
Sei que és, amado sombrio, meu carcereiro, mas também meu pai. És aquele, que entre sombras, me deseja mais que a tí mesmo.
Me criaste em teu desejo. Te crio todos os dias. Habitas desde sempre tudo que é dentro e íntimo e escuro em mim. Antes de saber-me, tu já estavas lá. Aqui.

Barba-azul, esqueleto ancestral, masculino eterno, ódio e tesão.
Sempre te procurei. Estás em todas as fantasias que não conto. Ofereço a tí em sonhos, buceta e boca e sangue.
Teu inferno é minha veia e minha veia te pede. Porque em algum momento, tu ao matar-me inocência e fazer-me conhecer terror, me ensinarás os ciclos que me farão rainha de mim mesma.
Sei também que no escuro que é teu reino sou mais eu do que nunca.
Como negar-me, pois?
Senhora e escrava. Sempre amante. Sempre atenta.
Tua. Sempre.
Até que um dia, em breve, o sempre se repita
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Um comentário:

  1. E Sylvia Plath se remói de inveja. Ai, o vampiro é a mais bela metáfora da peversão possível. Eu quero mordidas, djá!

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Sussurra no nosso ouvido, vai...